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13 de novembro de 2012

80 anos.

Começou uma semana com uma rotina totalmente diferente. Na segunda comecei um estágio em um escritório de arquitetura muito interessante e que parece que vai me fazer feliz, e já estou. Tudo apertou um pouco devido ao final do semestre, mas as coisas estão se ajeitando e já passei por momentos piores.
No início do mês foi aniversário de 80 anos da minha vó materna. Apesar de ela ter me confessado que queria uma viagem para Paris ao invés de uma festa, tudo aconteceu lindamente fofo! Os sete filhos prepararam tudo com muito carinho e amor em um salão, com amigos e familiares mais próximos, netos, bolos, comidinhas (no meu caso lasanha de microondas, esqueceram de pedir ao buffet um prato especial vegetariano, mas como sempre acontece não me importei tanto). A festa ficou chique e elegante do jeito que a vó metida gosta, uma decoração simples e linda, que eu queria levar tudo para casa, mas não podia por que era alugado. 
Alguns filhos fizeram um pequeno discurso para a vó e eu como neta mais velha, tive que (quase contra minha vontade ou contra minha timidez de público falar), pois eu já chorava a tempos desde que começaram a falar e fazer as homenagens. Quando falei, tive que rapidamente colocar minha criatividade para funcionar, mas o que dizer para alguém como uma vó? Na qual se convive desde o dia que nasce e praticamente é sua segunda mãe? Passei boa parte da minha infância aos cuidados da minha avó materna (paterna também) e tenho ótimas lembranças disso e sinto muito nostalgia quando me lembro. E tudo é tão vivo em minha memória que parece nunca ter passado, apesar de já serem 24 anos de convivência. Compartilhei os momentos mais livres da minha vida no quintal da casa da minha vó, juntamente com minha irmã e minha prima e já dava chilique para dormir lá, desde os 3 anos de idade. 
O quintal foi cenário de brincadeiras na areia com os talheres de comer, subidas em árvores com as camisetonas da minha vó que eram vestidos em nós, projetos e execuções de casas de cadeira, mesas e lençóis na sala, dormidas de dias, filmes, leite em pó roubado, árvores plantadas e muito tempo de memória para escrever em um blog. 
 Chorei por que senti que o tempo passou e o tempo está passando e a proximidade deste tempo ser somente lembrança é maior. Sou emotiva e sensível demais para segurar lágrimas em um momento assim!
Te amo nonna, obrigada por todas as lembranças e mais 50 anos de vida. No aniversário de 85 estaremos em Paris ok?








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