Dessa vez não tem nada de retrospectiva de melhores ou piores de 2013. Foi como foi. Foi como tinha que ter sido. Foi bom pra mim, talvez nem tanto para alguns.
Um ano de muito amadurecimento, divisor de águas. Muito trabalho.
Quando se tem um objetivo, o que é passageiro, torna-se indiferente ao ponto de não nos importarmos como há alguns anos atrás. Passou tão rápido que não percebi. Pelo menos passou e não ficou a sensação de 'poderia ter feito mais' ou 'poderia ter feito melhor'.
Para 2014, desejo mais leveza e mais amor. Amor no que se faz, no que se pensa, no que se demonstra e no que se vive. Desejo para mim e para todos.
Farei com que todas as 'minhas missões', sejam feitas com amor e que eu as finalize cheia de vida, para continuar a vida.
Páginas
22 de dezembro de 2013
2 de dezembro de 2013
Dia de Marvin.
Um dia de sol....Um dia de amor...Um dia de diversão.
Um dia de água. Um dia de frescor. Um dia qualquer. Um dia de sábado.
A imaginação.
"Dói-me a imaginação não sei como, mas é ela que dói,
Declina dentro de mim o sol no alto do céu.
Começa a tender a entardecer no azul e nos meus nervos.
Vamos ó cavalgada, quem mais me consegues tornar?
Eu que, veloz, voraz, comilão da energia abstrata,
Queria comer, beber, esfolar e arranhar o mundo,
Eu, que só me contentaria com calcar o universo aos pés,
Calcar, calcar, calcar até não sentir.
Eu, sinto que ficou fora do que imaginei tudo o que quis,
Que embora eu quisesse tudo, tudo me faltou."
Passagem das horas,Álvaro de Campos.
17 de novembro de 2013
Deixe-me ir...
"(...)Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar..."
Preciso me encontrar, Cartola.
16 de novembro de 2013
Soror de saudade.
Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!
Florbela Espanca, 1923
Sem título.
A exaustão das obrigações nos afastam cada vez mais de nós, como se qualquer outra coisa a ser feita fosse mais importante do que somos. Como conviver com a exaustão? Como viver com obrigações? Como seria viver sem elas?
Estranho pensar como seria se tudo fosse diferente de como é. Será que seria realmente melhor? Mas melhor em qual sentido?
Quando eu uso a palavra viver, destino seu significado de forma mais profunda que o simples fato de estar vivo. Viver pode ser subjetivo, mas aqui, viver é estar pleno, quente, dolorido, intenso com direito a todos os sentimentos que estamos sujeitos a sentir, menos a neutralidade.
A cada dia que me reconheço no espelho, vejo-me um dia mais velha. Reparando bem, consigo já notar as mudanças físicas de como eu era há 1 ano atrás. Minha pele já não é a mesma, os cabelos estão diferentes, meu corpo já não tem mais "cara" de 18 e ainda refletindo sobre isso, consigo observar-me ainda como se tivesse meus lá 15 anos. Afina de contas, ainda sou eu. Apesar de todo o amadurecimento que passei desde meu nascimento, tenho aqui ainda o que me faz viver, ainda possuo aquela energia única que me reconecta, que me faz ser. Eu tenho, o que me faz ser. Sou o que tenho.
E o que eu vivi ontem, valeu a pena para eu ter que vivê-lo de novo?
Cada um que possui seu universo único, sabe de seus desejos realmente profundos, que talvez nunca cheguem a ser vividos ou que talvez, por serem tão simples e de poucas ambições, possam até, ser considerados medíocres. Admiro os que buscam sua verdade. Muitas vezes banalizados perante tantas pseudo-objetivos de vida, a coragem é na verdade, ser o que somos para continuarmos sendo o que somos, para assim sermos felizes.
Palavras complexas para todos os sentimentos complexos. Para que tanta complexidade?
Será que tudo foi concebido para assim o ser? Faz parte de toda minha simplicidade um pouco desta complexidade toda?
A cada pensamento que nasce, outros dez se desenvolvem, é como se a qualquer momento, fosse acontecer uma overdose mental e transformar tudo em dor.
Desejo a simplicidade de ouvir uma música, quero o prazer das poesias mais singelas, quero viver as paisagens já vistas, sem dons, sem ambições, sem horas.
2 de novembro de 2013
Bate de vez em quando aquela vontade de sair por aí, andar na cidade, ver as pessoas, olhas as lojinhas, colocar uma roupa bonita, passar um batom na boca, pegar o chapelão e ir tomar um cafézinho ali, naquele café da esquina.
Pode até parecer presunção, mas eu queria mesmo é fazer isso hoje lá em Paris! Aproveitando a beleza da cidade, as ruas bem cuidadas, os jardins floridinhos e as pessoas nas ruas aproveitando o dia.
27 de outubro de 2013
Janela. Finestre. Fenêtre.
As janelas do Goiás.
Estudos da tipologia de janelas coloniais encontradas na Cidade do Goiás, Goiás.
Aquarela sobre papel. Setembro/outubro 2013.
As janelas voltadas para as ruas. Vêem tudo que se passa. Abrem os olhos para a vida. Recebem a brisa do fim da tarde, o calor do dia, as chuvas do verão...
Ah as janelas que podem ver!
Estudos da tipologia de janelas coloniais encontradas na Cidade do Goiás, Goiás.
Aquarela sobre papel. Setembro/outubro 2013.
As janelas voltadas para as ruas. Vêem tudo que se passa. Abrem os olhos para a vida. Recebem a brisa do fim da tarde, o calor do dia, as chuvas do verão...
Ah as janelas que podem ver!
24 de outubro de 2013
Portrait.
Ganhei este retrato de um amigo recente e é incrível como ele conseguiu retratar muito bem minha feição e alguns detalhes que mesmo no retrato ficaram tão bem detalhados.
A técnica utilizada foi aquarela com alguns detalhes em nanquin.
A técnica utilizada foi aquarela com alguns detalhes em nanquin.
Para quem quiser conhecer mais, aqui está o seu blog de ilustrações Lacis ilustrações.
22 de outubro de 2013
À memória.
E viva a falta de memória que nos faz viver tudo como se fosse a primeira vez. Seja para alegrar os corações que se acostumaram com o neutro, ou para nos fazer ter a força de continuar a vida. Afinal de contas, a esta altura do campeonato, já estamos de acordo que "brincar" de ser gente não é uma tarefa lá muito fácil, e terminar isso tudo ileso, além de impossível, me permite pensar que foi quase que uma vida deitada em um colchão de penas fofas, a sombra de uma varanda que protege das interpéries, mas que esconde a vista do mundo.
E viva a memória que não nos permite cometer os mesmos erros e nos deixa sentir por mais vezes aquilo que nos aquece o espírito. À minha memória, tenho meu futuro. Ao me (re)mostrar todo o processo, me traz de volta a vida, aquela vida que faz ter cor, coragem, amor, vontade, intensidade e aquela agonia feliz que roça lá dentro. O ar enche os pulmões e o mundo de repente fica mais otimista. Só quando a dosagem da memória é demais e os pormenores de um lado menos interessante, mas não desnecessário são mais intensos, as coisas dão uma cambaleada de lá para cá, como bêbado de rua que parece que vai cair, mas continua em pé.Mas afinal, que bêbado de rua não carrega tua melancolia com certo gosto?
Não sei escrever, tampouco falar. Quando se fala, a especialidade das coisas de lá de dentro se dissipam, espedaçam, deixam de existir. As palavras obviamente são medíocres, as expressões estão sendo julgadas e a transmissão do pensamento, torna-se algo inevitavelmente impossível, a não ser que você o faça com aqueles raros encontrados por aí, que dispensam qualquer linguagem.
Continuo sem saber e escrever e mais ainda sem saber falar. Seria então falar a palavra certa? Ou seria errado a quem se fala? Há quem não saiba ouvir. Tarefa difícil esta, tanto quanto a anterior, mas não seriam as duas desenvolvidas juntas?
Com muito cuidado, penso nas palavras certas a serem ditas, buscando exatamente fazê-las ser uma parte de mim, com o objetivo de fazer com quem as ouve, consiga facilmente assimilar o que digo, ou podemos dizer melhor, me assimilar. Tarefa perdida. Cada palavra especialmente dita, me soa extremamente vulgarizada e vazia. Não se preocupe, eu gosto mesmo de conversar, mas não sei mais fazê-la. Não leve para o lado pessoal. É o que está aqui que ainda não precisa sair. Vai ficar o tempo necessário.
À memória eu escolho um pouco mais do silêncio.
Ao tentar falar por algum tempo sem sucesso, sinto a vontade de compartilhar alguma coisa por aqui. As utopias são necessárias, que sejam 'feitas' com vontade!
Via del campo.
(...)
"Ama e ridi se amor risponde
pingi forte se non ti sente
dai diamanti non nasce niente
dal letame nascono i fior...
dai diamanti non nasce niente
dal letame nascono i fior.."
21 de setembro de 2013
Das pedras.
Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.
Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.
Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida...
Quebrando pedras
e plantando flores.
Entre pedras que me esmagavam
levantei a pedra rude
dos meus versos.
Cora Coralina (Meu Livro de Cordel, 8. ed., p. 13, 1998).
31 de agosto de 2013
10 de agosto de 2013
Não me desvencilho dos poetas. É mais fácil viver o vazio da existência que a vida sem as palavras individuais.
Os campos distantes são memórias, os pastores ignorantes são felizes por não precisarem das horas. Hora maldita que me poda a vida.
O sublime céu azul me aclama, a essência me chama.
O mar é longe, apesar de presente, grita por falta de mim. O oceano das chamam-me de volta.
Sinto irritação da vida. Ela roça como arame que machuca, arde às vezes como quem quer matar e deixar vivo.
As palavras me faltam por ter muito a dizer. Irrito-me por ter, por não ter, por poder, não poder, por estar aqui ou por não estar em lugar algum.
Posso eu um dia ser, o que realmente sou?
Sou vazia, sou pouca. Busco o medíocre esquecimento das coisas minúsculas.
Tenho medo do que falar. Tenho receio do que pensar. O que será que vão pensar destas palavras ditas no silêncio da necessidade? Pergunto-me a mim, o que será dos viventes quando a cegueira passar.
As palavras segundas já não me bastam, é necessário fazê-las. Arranca-las de dentro da concha como se fosse bicho. Bicho vivo que come, respira e caga.
Arranco-as como posso. Dói tirá-las. Parece parto de coisa que não chora.
Há conturbações entre o processo de retirancia, palavra inventada, assim como a vida que vivo.
Vivo a falsidade que posso. Não posso ainda fingir que sou satisfeita, até na mentira, ainda não tenho o que finjo querer. O que quero eu?
Perdi-me. Sou duas? Qual dos eus? Tenho outro eu?
Esquecido como o sossego, que existia há alguns anos atrás e hoje perde-se entre os deveres, há o que sou de verdadeiro. É preciso escondê-lo, como quem se esconde do frio no inverno, tem de sobreviver.
Os campos distantes são memórias, os pastores ignorantes são felizes por não precisarem das horas. Hora maldita que me poda a vida.
O sublime céu azul me aclama, a essência me chama.
O mar é longe, apesar de presente, grita por falta de mim. O oceano das chamam-me de volta.
Sinto irritação da vida. Ela roça como arame que machuca, arde às vezes como quem quer matar e deixar vivo.
As palavras me faltam por ter muito a dizer. Irrito-me por ter, por não ter, por poder, não poder, por estar aqui ou por não estar em lugar algum.
Posso eu um dia ser, o que realmente sou?
Sou vazia, sou pouca. Busco o medíocre esquecimento das coisas minúsculas.
Tenho medo do que falar. Tenho receio do que pensar. O que será que vão pensar destas palavras ditas no silêncio da necessidade? Pergunto-me a mim, o que será dos viventes quando a cegueira passar.
As palavras segundas já não me bastam, é necessário fazê-las. Arranca-las de dentro da concha como se fosse bicho. Bicho vivo que come, respira e caga.
Arranco-as como posso. Dói tirá-las. Parece parto de coisa que não chora.
Há conturbações entre o processo de retirancia, palavra inventada, assim como a vida que vivo.
Vivo a falsidade que posso. Não posso ainda fingir que sou satisfeita, até na mentira, ainda não tenho o que finjo querer. O que quero eu?
Perdi-me. Sou duas? Qual dos eus? Tenho outro eu?
Esquecido como o sossego, que existia há alguns anos atrás e hoje perde-se entre os deveres, há o que sou de verdadeiro. É preciso escondê-lo, como quem se esconde do frio no inverno, tem de sobreviver.
7 de agosto de 2013
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