Hoje abrindo os livros da mesa, me deparei com desenhos esquecidos que estavam dentro para não amassarem. Encontrei alguns desenhos recentes que pintei logo quando voltei de viagem, alguns de Siena na Itália, outros de Portugal, Paris, Holanda e um peculiar que fugia um pouco dos atuais. Nos resquícios das memórias guardadas dentro dos livros, encontrei um antigo desenho, de uma das primeiras viagens sonhadas que fiz na minha vida. Eu tinha 10 anos, lembro-me bem, pois me foi prometido (aquelas promessas que pais fazem para crianças achando que elas vão esquecer), que me levariam para subir o Pico da Bandeira, quando eu fizesse 10 anos. Não esqueci, insisti e fizemos a subida mais inesquecível da minha vida. O desenho encontrado é exatamente de lá, uma perspectiva sem muitos conhecimentos técnicos, desenho de criança. Desenho que quer ser guardado na lembrança, desenho que não é só desenho, desenho que é parte de uma vida. É a vontade in (consciente) de perpetuar a vida para quando a memória falhar ou tivermos coisas demais para lembrar da vida. E da mesma forma, que me agrada guardá-los para mim, me agrada ainda mais dá-los de presente, como parte de um momento vivido e parte de um carinho que fica.
Minas Gerais - 1998 Toscana - 2012
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