Utopicamente Real: Loucura em Roma, parte III

Continuação....

Para chegar ao Tevere que estava do outro lado da cidade, foi preciso pegar o metrô e fazer uma conexão entre as estações, uma aventura. Pega-se o primeiro metrô. Quem é de Brasília, lembram do metrô às 18:30 indo para Ceilândia? Então, tipo aquilo, pior um pouco. Aí no meio de tanta gente, uma espanhola reclama com um cara,dizendo que ele estava roçando nos peitos dela. Barraco no metrô romano, essa eu não esperava e eu já quase não conseguia respirar de tanta gente. Foram uns 8 minutos que para mim, duraram como horas, próximo metrô, mais 3 estações e chegamos ao Circus Maximus. Andamos, andamos, com fome, muita fome. No Tevere, tudo estava fechado (14 horas) e o desespero bate. E AGORA? Horas andando achamos um lugar, mas só abria 15h. O jeito foi comer meia pizza em um lugar e a pasta no outro. Depois da pizza o humor já estava melhor. Mais um prato de pasta e um café, estava tudo ótimo.

Pegamos o caminho de volta enquanto admirávamos a cidade ao cair da tarde.

Todos voltando para suas casas, o calor diminuía e tudo parecia mais calmo, até a gente.

Um aviso foi dado 'Luiz, guarde seu passaporte, por que do bolso onde está, vai cair e é fácil de ser roubado.' O aviso não foi ouvido.

Brincadeiras na ponte antiga, vistas deslumbrantes, conversas fiadas, risos e muuuuuitos risos, gellati e hoje muitas saudades.

Mais canteiros históricos, o céu estava lindo e a lua de sorriso do gato olhando lá para nós. Era hora de pegar um bus e ir indo de volta para estação Termini, pegar nossas malinhas e descobrir como chegar ao aeroporto.

Depois de pegarmos as mochilas e sentarmos bonitinhos na estação e esperar o último bus para o aeroporto chegar recebemos a notícia do dia: 'Acho que perdi meu passaporte!' OMG, Luigi, você quer nos matar? Corridas de um lado para o outro atrás de um passaporte brasileiro perdido. Claro que o mesmo não foi encontrado. Mas enquanto a procura era feita, surge um acontecimento. Um coreano turista me para no meio da estação e me pede ajuda para fazer uma ligação. Agora che cazzo eu faço por que eu não sei usar o tal do telefone público italiano. O bichim estava perdido do amigo, mal mal falava inglês e estava com uma amiga que não conseguia falar nem Hello! Lascou, ele fez uma cara de gato perdido e eu fiquei com dó. Tentei ligar não consegui, arrisquei um italiano mal falado e pedi ajuda a uma mulher que estava partindo para Bolonha. Ela tentou ajudar e não conseguimos. Dei a dica para pegar um táxi e ir de volta para o Hotel (o óbvio) ele fez isso e espero que tenha conseguido! auiheiuaheuiheauiheauihea

Depois então de dormir na Termini, acordar, dormir fomos expulsos da estação (já eram umas 2 da manhã e o bus para o aeroporto só passava às 4:30). Saímos da estação com o rabo entre as pernas com a nossa amiga XU que era singapurana e morava em Dublin e estuda medicina, e o Luiz? Sei lá, procurando o passaporte dele. Se era perigoso, era, mas vocês sabem como é o Luiz né?

Agora já do lado de fora da estação eu dei meu jeito e capotei, dormi enquanto Anita vigiava nossas coisas, por que depois da dica do policial ninguém queria dar mole (a dica foi: FIQUEM DE OLHO NAS COISAS), por que sim gente, tinham mendigos na estação. A maioria indiano e de algum lugar do oriente.

Pois então na hora de partir...........eis que acontece o pior. A pior cena da minha vida, jamais esquecerei, mas gostaria nunca de ter visto. Eram duas mendigas idosas, com duas cadeiras de rodas entulhadas de coisas, enquanto uma via a paisagem romana da manhã, a outra defecava em pé. Isso mesmo, eu vi esta cena lamentável de um ser humano defecando na rua,com um público razoável grande. Tive vontade de vomitar, mas o pior foi ver o que certas situações nos fazem fazer. Terrível, terrível! Gostaria de ir embora sem essa!

Ciao para Roma, Ciao para Itália e uma nova ansiedade que começa a bater, viagem para o Brasil estava cada vez mais próxima. O que fazer com tanto sentimento?

O nosso voo partia para Sevilha e lá ainda passamos por algumas coisas engraçados do tipo, dormir na rodoviária por 2 horas e ser acordada pelo guardinha. Pelo menos deu tempo de dormir e descansar. Acordei revigorada e linda na rodo. E depois de algumas horas, chegamos em Faro.

Notas sobre tudo, no próximo post!